quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Número de multas cresce 12% no CE

O ano de 2009 nem terminou e o número de multas aplicadas pelo Detran-CE, em blitze, já é 12% maior do que o total de infrações registradas durante o ano de 2008

Além do cumprimento da Lei Seca, os agentes do Detran observam nas blitze se há veículos que não estão licenciados, motoristas dirigindo sem carteira de habilitação ou sem os documentos obrigatórios do carro(Foto: EDMAR SOARES)

O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE) intensificou suas blitze e, com isso, o número de multas aplicadas pelos agentes também aumentou. Este ano, a quantidade de infrações registradas até agosto (53.267) já é 12,39% maior do que o total de multas de todo o ano passado, que foi de 47.392. A média foi de 6.658 multas por mês. Os dados se referem a todo Estado e não incluem as infrações registradas por radares móveis.

Comparando o mesmo período do ano passado (de janeiro a agosto), o aumento foi de 59,98%: foram 33.297 multas, em 2008, contra 53.267 este ano. De acordo com o superintendente do órgão, João Pupo, “um conjunto de fatores” motivou esse aumento. Ele cita o crescimento da frota - atualmente há 1,4 milhão de veículos registrados no Ceará, sendo mais de 600 mil em Fortaleza - e o reforço na fiscalização.

“A frota cresce 10% ao ano e também tivemos um aumento no volume de operações”, informa. Este ano, foram 4.670 blitze até agosto, 1.489 a mais do que no mesmo período de 2008. A Lei Seca, que entrou em vigor em setembro do ano passado, também impulsionou a fiscalização. Para se ter ideia, em 2008 (até agosto) apenas 139 motoristas haviam sido flagrados dirigindo alcoolizados. Em 2009, no mesmo período, esse número saltou para 8.665, ocupando o primeiro lugar no ranking.

Além do cumprimento da Lei Seca, os agentes que participam das blitze observam se há veículos não licenciados, motoristas dirigindo sem serem habilitados ou sem os documentos obrigatórios. Também fiscalizam o uso do capacete e outras infrações. “O objetivo da blitz não é arrecadar dinheiro e, sim, diminuir o número de acidentes e a violência no trânsito”, comenta Pupo.

“Quando não há fiscalização, as pessoas ficam relapsas, acabam se acomodando, achando que podem dirigir de qualquer forma. Tem alguns motoristas que, infelizmente, precisam dessa cobrança”, diz o psicólogo Wagner Paiva, especialista em trânsito. Mas ele lembra que é preciso investir em engenharia de trânsito e campanhas educativas.

Segundo Pupo, cerca de 18% de toda a receita do Detran-CE é composta pelas multas. O restante vem das taxas cobradas em serviços como emplacamento e no processo de habilitação. “A Lei diz para onde o dinheiro da multa deve ir. É vinculado, necessariamente tem de ser aplicado em ações de fiscalização, engenharia e educação de trânsito. Isso é feito”, afirma, citando a construção da Escola de Educação para o Trânsito, investimento de R$ 1,6 milhão. De acordo com o superintendente, a previsão é que o Detran-CE arrecade, este ano, cerca de R$ 35 milhões com multas.

BLITZE EM FORTALEZA

> O POVO solicitou ao Detran-CE o número de multas registradas pelos agentes somente nas blitze realizadas na Capital. Mas, segundo a assessoria de imprensa do órgão, o banco de dados não discrimina as informações por cidade.

> As blitze do Detran são realizadas com o apoio de policiais da Companhia de Policiamento Rodoviário (CPRv). A maioria é no fim de semana, próximo a festas e pontos movimentados.

> Segundo o superintendente do órgão, João Pupo, o Detran-CE tem “entre 400 e 450 fiscais.”

> O Detran-CE também registra multas por radares. De janeiro a agosto deste ano, foram 154.201, uma média de 642 por dia.

> Desse total, 71.839 foram registrados pelos 103 radares fixos instalados nas rodovias do Interior.

> O restante - 82.362 - foi registrado pelos dois radares móveis usados em três rodovias de Fortaleza: CE-040 (av. Washington Saores), CE-025 (av. Maestro Lisboa) e CE-501 (av. Senador Carlos Jereissati). A fiscalização é realizada
todos os dias.

SAIBA MAIS

> O POVO apurou que, durante três meses, 14 das 25 viaturas da AMC ficaram paradas por falta de manutenção.

> A empresa responsável pela manutenção suspendeu os serviços por falta de pagamento. O problema só foi resolvido na semana passada.

> O presidente da AMC, Fernando Bezerra afirma que “houve um pequeno problema com a troca de óleo” e que a situação já havia sido resolvida. Ele também nega que tenham sido 14 carros. “Eram uns oito”, diz

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