César Cielo vibra ao quebrar o recorde mundial dos 100 m livre em Roma
30/07/2009 - 13h39
Bruno Doro
Em Roma (Itália)
Em Roma (Itália)
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Nadando pela terceira vez seguida ao lado do francês Alain Bernard, que ficou com a prata, o paulista de 22 anos completou a prova em 46s91. A marca anterior era do australiano Eamon Sullivan, que, doente, não foi ao mundial. O homem mais rápido do planeta, no entanto, era Bernard e seus 46s94, da seletiva francesa, resultado que não foi homologado porque, na época, o Arena X-Glide ainda não tinha sido aprovado pela Fina (Federação Internacional de Natação).
Foi justamente esse o traje que Cielo usou nesta quarta. Com ele, bateu Bernard, que fez 47s12, e Frederick Bousquet, seu companheiro de treinos, com 47s25 - o outro brasileiro, Nicolas Oliveira, foi oitavo (48s01). Bernard e o brasileiro, inclusive, foram os grandes responsáveis pelo desenvolvimento do X-Glide. Patrocinado pela marca italiana desde o ano passado, o brasileiro recebeu uma série de protótipos da peça, pediu ajustes, cortes, modificações. Chegou a dizer que nadaria com o antigo, o R-Evolution, similar ao Speedo LZR, mas se rendeu ao poliuretano.
CIELO: NA HISTÓRIA OUTRA VEZ |
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César Cielo deu seus famosos 'tapinhas' no corpo e bateu o Alain Bernard, com recorde |
César Cielo morde a medalha e mostra ser o mais rápido na prova mais tradicional |
César Cielo olha para o cronômetro e festeja muito a medalha de ouro nos 100 m livre |
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"Falei que estava guardando para esta final. Eu só foquei na minha raia, não olhei para os lados e é assim que consigo os meus melhores resultados. É meu primeiro recorde mundial e estou muito feliz com isso", comemorou o brasileiro, ainda sem fôlego.
"Em dois anos, muita coisa aconteceu na minha vida. Dei um salto de um nadador que tentava alguma coisa para entrar para a história. Foram anos de muito trabalho, eu nunca trabalhei para nadar mais devagar do que ninguém. Eu sabia que podia fazer um tempo bom, espero que os brasileiros aprendam que o comprometimento leva a bons resultados", comentou ele.
Para o Mundial de Roma, ele repetiu sua preparação para a China. Mesmo sem poder nadar pela universidade, ele voltou para a cidade de Auburn, no Alabama. Isolado, fez toda a sua preparação nos EUA, ao lado de seu técnico, Brett Hawke. O australiano foi finalista olímpico, mas nunca foi ao pódio. Conseguiu levar o pupilo ao lugar mais alto do pódio olímpico e, agora, o ajudou a virar o mais rápido do mundo.
Segundo o técnico do brasileiro, a saída de bloco foi um dos segredos para o feito. "O César é muito rápido na largada. E em provas rapidas, isso é muito importante. O Bernard não tem uma largada boa e acho que sofreu com isso", analisou ele.
Para Alain Bernard, nem tudo foi decepção. "É claro que não treinei para ser segundo. Mas não é por isso que a prata é uma decepção, deixei tudo na piscina e saio feliz com o que eu fiz", comentou Bernard, sobre o resultado.
13º recorde
O recorde de Cielo é o 13º recorde mundial da natação brasileira. Maria Lenk foi a primeira, em 1939, quando bateu o recorde dos 400m peito (6min15s80). Um mês depois, baixou o tempo dos 200m peito (2min56s90). Desde então, foram outras 11 marcas mundiais brasileiras, em piscina longa e curta.
ÓCULOS TEM 'BANHO' DE ÁGUA BENTA ANTES DA FINAL DA PROVA |
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O técnico de César Cielo, levou os óculos de piscina do brasileiro para serem mergulhados em água benta no Vaticano |
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Em maio, Felipe França se tornou o 12º desse lista. No Troféu Maria Lenk, válido como seletiva para o Mundial, o nadador bateu o recorde dos 50m peito. A marca caiu duas vezes em Roma, nas semifinais e final. Felipe acabou com a prata na Itália.
As outras seis marcas são em piscina curta (25 m). Em 1993, Gustavo Borges bateu o recorde mundial dos 100 m livre, com 47s94. Uma semana depois, ao lado de Fernando Scherer, então com 18 anos, João Carlos Júnior e Teófilo Ferreira, Borges liderou o time brasileiro do revezamento 4x100 m livre que virou o mais rápido do mundo, com 3min13s97. O revezamento do Brasil quebrou mais uma vez a marca em dezembro do mesmo ano (3min12s11) e outra, em 1998 (3min10s45).
ANÁLISE DE JUCA KFOURI | ||
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Além de César Cielo, o Brasil já teve duas outras medalhas no Mundial de Desportos Aquáticos em Roma. A primeira veio nas águas abertas, quando Poliana Okimoto conquistou o bronze nos 5 km da maratona aquática. Na quarta-feira, foi a vez de Felipe França quebrar um tabu das piscinas. Após 14 anos o Brasil voltou ao pódio no Mundial de natação, com a prata do brasileiro nos 50 m peito, em prova na qual nadou com tempo melhor que seu antigo recorde mundial, mas viu a marca ser superada mais uma vez.
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