sexta-feira, 31 de julho de 2009

FHC convoca PSDB do Ceará para a oposição


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Fernando Henrique deixou alguns correligionários locais constrangidos com a convocação (Foto: Adriana Pimentel)

Embora o desejo de Fernando Henrique seja de oposição, o senador Tasso assegurou: ´aqui enquadramos nós´

O ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, conclamou o PSDB do Ceará para fazer oposição à base do presidente Lula, o que o partido já faz nacionalmente. Em discurso baseado em “moralidade”, o líder tucano deixou claro que o partido deve endurecer o discurso também nos estados. O senador Tasso Jereissati, no entanto, disse que na política estadual “presidente não enquadra ninguém. Quem enquadra aqui somos nós”, sobre as alianças locais.

Os dois e mais outras lideranças estaduais estiveram reunidos ontem, no fim da tarde, para um evento partidário, em que o ex-presidente da República foi palestrante.

Falando para lideranças empresariais, comunitária e ouvido por três ex-governadores do Ceará (Beni Veras e Gonzaga Mota prestigiaram o evento, além de Tasso), Fernando Henrique Cardoso bateu forte em dois pontos da política chefiada pelo presidente Lula: a série de escândalos em que o Congresso Nacional está envolvida e também a “era da publicidade” nas ações de Governo.

“Transparência é diferente de publicidade e é isto que este Governo mais faz: propaganda”, disse o ex-presidente, quando lamentava a falta de investimento do Governo Federal no País. “Fazem propaganda de PAC, mas quando eu deixei a Presidência da República, os investimentos públicos correspondiam a 2% do PIB. Hoje não chega a 1%. Então, é muita publicidade”, enfatizou.

Pauta

Fernando Henrique elencou também, com a ajuda do senador Tasso, as obras que na visão dele, mudaram a face do Ceará: a construção do açude Castanhão, do aeroporto Pinto Martins e do Porto do Pecém, um dos maiores do País, hoje. “Não vejo, hoje, a conclusão de uma grande obra aqui pelo Governo Federal. Estão lançando o PAC II, mas não concluíram o primeiro“ continuou.

O ex-presidente tinha evitado falar na crise do Senado, na sua passagem pelo Ceará, mas não economizou, ontem. “O Congresso Nacional está sem agenda. Os deputados e senadores são meros despachantes de luxo que respondem a interesses pessoais em acordos para enviar um recurso ou outro para um prefeito aliado”, disse, atribuindo os desmandos à uma “interferência” da Presidência da República na crise institucional do Senado. Também criticou as indicações políticas nas grandes estatais como a Petrobras.

Eleitoral

Antes de falar para o auditório, em contato com os jornalistas, Fernando Henrique preferiu não tocar na questão local em que o PSDB apóia o governador Cid Gomes, gerando uma incongruência com o discurso nacional. Ele assegurou, no entanto, que embora o partido tenha perdido espaço no Ceará, nos últimos anos, a indicação de um nome nacional, somado à liderança do senador Tasso Jereissati, seria capaz de dar força à legenda.

Quando questionado sobre o apoio da sigla ao governador Cid Gomes, o ex-presidente disse: “eu prefiro não falar da situação regional porque é circunstância”. Diante da insistência dos jornalistas, no entanto, ele supôs, sobre uma candidatura no Ceará: “vai ter (candidato) , sim”.

Líderes tucanos presentes fizeram questão de relativizar o discurso de Fernando Henrique de convocação para a oposição. A política estadual de alianças, segundo disseram, é diferente do posicionamento nacional, devido a possibilidade de aliança do tucanato cearense com o governador Cid Gomes para a eleição que se avizinha.

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